domingo, 9 de março de 2008

Aos amigos da padaria e familiares que estão nos acompanhando:

Por pedido de nossa grande chefe Carmen, vou fazer um breve relato de minhas impressões sobre nossa viagem até aqui.
1° dia – Campo Grande a Puerto Iguazú (736km): Adrenalina alta, nossos heróis (parafraseando Pedro Bial) partem felizes rumo ao desconhecido. O Raul proprietário da van foi muito incentivado pelo Toninho (por rádio) a andar mais e levou a primeira puteada do dia da Cristina e do Nilson. Ficou meio arrasado. Chegamos a tardezinha no Duty Free próximo a aduana argentina onde todos se confraternizaram. Partimos para a aduana e o Nilson (pra variar) criou problema com um policial argentino e tomou uma multa de 20 pesos. De lá fomos nos hospedar no Hotel Carmen (porque será?).




2° dia – Puerto Iguazú a Pres. Roque Saenz Pena (796 km): Partimos cedo com todos muito excitados e o Jânio Toba deu uma extraviada em Posadas (ele sempre se perde mas aparece de novo) e o Benoni investido de uma solidariedade comovedora resolveu ir atrás (eu avisei prá não ir) e o que aconteceu? O Jânio apareceu rapidinho mas o Benoni sumiu por três horas causando muita apreensão! Depois seguimos viagem chegando a Pres. Roque Saenz Pena onde encontramos o Chico com seu grupo com nove motos mais um rapaz do interior de São Paulo que estava viajando só numa V-Strom e se incorporporou ao grupo. Na chegada a Ultra do Calil escapou a vareta do câmbio e ele chegou ao hotel apenas com a segunda marcha. A noite o Chico disse tinha um presente para todos que tinham Harley: Eram fatias de uma câmara de ar de moto que formavam pequenos elásticos redondos. Com um desses o Chico arrumou instantaneamente a moto do Calil. O Chico nos presenteou também com uma linda camiseta do PHD. Raul levou mais umas dez puteadas (uma muito grande do Benoni). Acho que vamos ter que levá-lo a um psiquiatra.

3° dia – Pres. Roque Saenz Pena a Salta (651 km): Chico saiu na frente com seu grupo (eles são mais rápidos que nós com nossa van) e nós logo em seguida. Eles já dormiram abastecidos. Nós não por falta de prática. Abastecemos e partimos. Junto com o grupo do Chico viajava uma senhora de São Paulo sozinha em uma Fat Boy que apresentou problemas. Embarcamos a Fat no Tobamóvel e seguimos em frente parando para almoçar já a 120 km de Salta quando tivemos que embarcar também a Ultra do Osmar e da Terezinha que havia quebrado o escape. No momento que terminávamos de amarrar a segunda moto o “simpático” proprietário da V-Strom tirou uma fotografia das motos embarcadas e disse para o Chico que ia levar para os amigos para que nunca comprassem Harley. Nesse momento gentilmente ele foi convidado a se retirar do grupo e voltou a viajar como quase todo dono de V-Strom: sozinho. Chegamos a Salta com os novatos Geraldo, Nilson e Benoni já se sentindo “os caras”. Raul já está só o pó.



4° dia – Dia livre em Salta. Raul está muito deprimido. Demos o primeiro Prozac pra ele. Passeamos bastante pela cidade. Benoni levou sua moto para arrumar a injeção. Havia um fio partido. Achou um mecânico excepcional e ficou muito feliz. Nilson amarrou seu escape com arame e elástico. Essa Harleys são mesmo simples! Levei nossa turma pra comer o melhor bife de chouriço da Argentina no Doña Salta. Hoje é aniversário do Raul. Todo mundo se comportou e ele não tomou puteadas. Só calmante.




5° dia – Salta a San Pedro de Atacama (596 km): Muita expectativa com a grande altitude que vamos passar. Todos meio assustados. Amanhecemos mastigando folha de coca. Choveu a noite toda e quando saímos ainda garoava e o frio era intenso. Pegamos a estrada junto com a turma do Chico num trem de 16 motos, Osmar com sua Ultra em ponto de bala e de retorno a posição de Road Captain. A PHD Maca teve que nos abandonar e despachar sua Fat para Buenos Aires. O frio foi aumentando e eu não achava minha luva fechada. O Alexandre Evangelista num ato de amizade me emprestou uma. Xan Xan firme na minha garupa. Subimos até Purmamarca onde paramos para fotos. E o frio aumentando. Continuamos a subir com um frio intenso (cerca de 2°C) e antes de chegarmos a Salar Grande uma grande surpresa: Começou a nevar sobre nossas cabeças! A emoção tomou conta de todos que não paravam de gritar no rádio. Só os mudinhos Jânio e Magrão ficaram calados (não tem rádio). Foi um momento único e mágico. Vamos demorar a esquecer. Depois chegamos a Salar Grande (300.000 ha de sal) onde fizemos lindas fotos. A altitude já era bem grande e todos estavam meio zorós. Lanchamos em Susques deliciosas empanadas (as 50 primeiras não deram para o cheiro). Chegamos ao Paso de Jama (fronteira da Argentina com o Chile) a 4200 m. O oxigênio é bem pouco nessa altitude. Fizemos os trâmites e seguimos em frente atingindo 4830 m já bem perto do céu! Na aduana do Chile já em San Pedro de Atacama revista geral de toda a bagagem das motos e do Tobamóvel. Depois fomos procurar um hotel pois o nosso havia cancelado nossas reservas no dia anterior sob a alegação de que tinha havido um problema no sistema deles. Não adiantou a Carmen e o Toninho brigarem. Paciência, pelo menos para minha alegria e do Toninho, ficaríamos só esta noite em San Pedro e não duas como tínhamos programado inicialmente. Raul não fala mais com as mulheres. To achando ele muito magro. Demos mais um prozak pra ele.

6° dia – San Pedro de Atacama a Iquique (490 km): Saímos 11 motos (as nossas mais os PHDs Pimentel, Beber e Boatin). O Chico com o resto da sua turma tinha seguido no dia anterior para Calama. Deserto por todos os lados e paisagens quase marcianas.





Chegamos por volta das 15:30 hs passamos rapidinho no hotel e corremos para a Zona Franca de Iquique, lugar com muita oferta de produtos importados e com preços bem convidativos. Lá encontramos o Chico com o resto da turma. Ele ficou surpreso porque achava que só viríamos no dia seguinte. Lá foi nos encontrar o PHD Robert com sua simpática esposa Mônica que moram em Iquique. Foi uma confraternização geral e o jantar no Neptuno foi dos mais animados. Raul está melhorzinho até comprou uma câmera digital.


7° dia – Iquique a Atofagasta (569 km): Partimos todas as 16 motos e o Tobamóvel com destino a Antofagasta. O projeto era fazer o trecho todo beirando o mar mas em função de um terremoto há três meses um túnel foi avariado e está sofrendo recuperação então tivemos que ir pela Ruta 5 (Panamericana) e descemos no litoral para Tocopilla partindo aí sim pela beira mar. Visual maravilhoso! Não dá pra descrever tem que vir aqui e conhecer. Todos extasiados. Alegria geral. Raul está se acostumando com as puteadas.









O Nilson vinha acompanhando o Tobamóvel na culatra quando havia um chileno num pequeno veículo que não se deixava ultrapassar. Nilsinho não teve dúvida foi pra frente e segurou o chileno que foi pra cima dele. Ele chamou o Chico e gritou: Chicooo fica com este chileno pra você que eu não tô dando conta do fdp! O Chico riu muito e falou com o chileno que imediatamente cedeu a ultrapassagem. Chegamos a Antofagasta ali pelas 15:30 hs e fomos direto almoçar no Iate Club onde foi servido uma seqüência de frutos do mar e peixes com a turma enxugando dezenas de cervezas chileñas... Lá foi nos encontrar o PHD Ruben com sua esposa Daniza e filho que moram em Antofagasta. Ele muito gentil deu um pin que tinha mandado fazer para cada um dos presentes. Fomos dormir cedo com os novatos muito preocupados com a etapa seguinte que seria a mais longa da viagem.

8° dia – Antofagasta a La Serena (913 km): Programamos nossa saída para as seis da matina mas o Nilson que vinha com muitas dores nas costas tomou um remedinho e perdeu a hora. Acordamos o bicho e partimos as 6:10hs. Um escuro só e muito frio. Subimos a serra e o frio foi piorando no altiplano. Paramos a primeira vez para reforçar as roupas pois a esperança era que com o nascer do sol as coisas melhorassem, porém a temperatura seguiu baixa (+ ou – 4°C) e só depois das 10:00 começou a subir indo a mais de 30°C. Impressionante como varia a temperatura no deserto. O visual nos encantava em cada trecho de uma forma tal que os mais de 900 km passaram com uma rapidez incrível e por volta das 18:00 hs estávamos na frente de nosso hotel em La Serena com a turma toda se achando “os super-homens” e partindo para o Cassino a noite para beber e comemorar. Na chegada de La Serena a vareta do câmbio da minha Ultra escapou e tive que usar o presente que ganhei do Chico em Roque Saenz Pena e que pensava que jamais iria usar...



9° dia – Dia livre em La Serena. Cidade linda. Todos com exceção do Jânio e eu foram com o Tobamóvel visitar uma vinícula levando de guia um motorista de táxi que o Geraldo conheceu ontem no Cassino. Eu, Chico, Pimentel, Beber e o Boatin fomos andar a pé pelo centro próximo ao nosso hotel. Estou encantado com a beleza da cidade. Agora vamos almoçar a beira mar. Amanhã partiremos para Santiago. Depois conto mais. Um abraço a todos.

6 comentários:

Anônimo disse...

Agora sim! Embora o novo relator nâo tenha se identificado, imagino seja o Joaquim.
Abraçâo!!
RogerZ

Anônimo disse...

Olá Meninas!Gostaria de saber se todas estão bem,e desejo que curten o máximo que puderen e tragam boas histórias.
Ireni Hoffmann

Anônimo disse...

Joca parabéns pela narrativa, agora ficou mais divertido acompanhar a viagem.
Abraços a todos!!

Anônimo disse...

Carmen parabens a voce por ter se encarregado sempre por nos dar pelo menos um oi e mostrando que estao bem..Com certeza de agora em diante voces ja estao se acostumando ao novo ritmo e se sentindo com coragem e disposiçao para nos fazer estas narrativas.E obrigado Joaquim por sua narrativa,ja tinham me falado que voce escreve muito bem ,mas alem de escrever bem ,parece que a gente se transporta para a sua narrativa.E a voces todos aproveitem todos os momentos bons e se puderem continuar passando pra nós seria como se nós estivessemos viajando juntos...Um grande abraço a todos.
Elisa

Anônimo disse...

Olá amigos motociclistas,
que bom que estão todos bem.Também gostamos muito de La Serena e estamos aqui torcendo para que continue dando tudo certo. Que DEUS os abençoe durante todo o trajeto e que curtam tanto quanto nós curtimos essas paisagens.
Um abraço, João Bosco e Ângela

Anônimo disse...

Boa tarde turma, a inveja e grande, mas acompamnhamos tudo com muita alegria de estar dando tudo certo. Espero que o Benone tenha recebido seu kit de primeiros socorros, pois a Dan so levou remedio para ele, pois sendo o mais velho da turma , naõ se esperava outra coisa. Curtam muito e boa viagem ja de regresso. Um abraço .Ricardo Scaff