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02/01/2010 Programamos para sair as sete e conseguimos sair as sete e trinta. Hoje seriam duas aduanas para entrar e sair do Chile. Partimos com um dia lindo de sol porem com temperatura de dez graus. Muita roupa, segunda pele e toca prá enfrentar o frio. Me sentí como um daqueles presuntos copa encapado e todo amarrado. Os ventos comecaram a nos castigar com vontade. E foram subindo de intensidade de maneira assustadora. Fizemos a primeira aduana e entramos no Chile. Chegamos ao estreito de Magalhaes onde ficamos aguardando a balsa. O vento era tao forte que ficamos com medo que derrubasse as motos mesmo paradas. O Comandante nos informou que os ventos eram de mais de 120 km por hora! Seguimos naquela briga com o vento até que se iniciou o rípio. Estrada boa, bem compactada porém o problema seguiu sendo o vento. Quando vinha por tras nos enchia de poeira. E assim seguimos no rípio por 136 km até a aduana de entrada da Argentina. Lá o Beber num momento de bobeira quando manobrava para sair foi derrubado pelo vento. A temperatura seguiu o dia todo entre dez e quinze graus. Hoje conseguimos finalmente um apelido adequado para o Ricardo nosso amigo gozador do Chile: Guanaco! Tratá-se de um animal simpático que vive pelas pradarias da Patagonia e que aparece na ruta quando menos se espera! E foi assim que ele surgiu e daquí prá frente vai ser Guanaco mesmo! Mas ele é uma grande figura e está sendo um prazer viajar com ele. Depois de reentrarmos na Argentina as coisas foram melhorando. Chegamos na cidade de Rio Grande com muita fome alí pela tres da tarde depois de vento, aduanas e rípio... Abastecemos e aproveitamos para lanchar. Dalí prá frente apesar da temperatura seguir caindo, o vento foi diminuindo e a paisagem de pradarias imensas foi sendo substituida pelas fraldas iniciais da Cordilheira dos Andes. A emocao foi tomando conta do grupo a medida que nos aproximávamos do Ushuaia. O único com coragem para verbalizar esta emocao pelos nossos rádios foi o Pires num lindo depoimento de como ele e o Chico tinham combinado de cruzar juntos a Cordilheira num papo de amigos há uns dois anos atrás. E que projeto fantástico isso se tornou! Que turma boa se juntou inclusive o Guanaco que caiu de paraquedas! Comecamos a ser acompanhados pelos picos nevados da Cordilheira e ficamos extasiados a cada curva que surgia, cada lago imponente que se apresentava, enfim um momento realmente mágico. Quando chegamos ao portal da cidade paramos para as fotos de praxe e nos abracamos em comemoracao ao cumprimento do objetivo. No meu GPS foram exatos cinco mil quilometros e oitocentos metros de Blumenau até aquí! Faziam oito graus e tratamos de procurar logo um hotel. No posto ao abastecer chocolate quente prá nos aquecer. A cidade se debruca sobre uma linda bahia e é rodeada pelos picos nevados dos Andes. Linda de se ver. Jantar no hotel com muito vinho prá comemorar a facanha! Amanha muitos programas.

03/01/2010 Chico e Lelê sairam cedo para o programa do Trem. O resto da turma acordou mais tarde indo para o café lá pelas nove. Depois saimos a pé olhando lojinhas e fomos visitar o museu do presídio que é bem interessante. Almocamos num restaurante de grelhados com carne muito boa. O vinho tem sido compania constante. A tarde alguns foram ao passeio de barco visitar as pinguineiras. Bastante frio no barco. Eu fiquei morgando no hotel porque o corpo está dolorido pelo embate com o vento ontem. Amanha mais programas. Deveremos ir a La Pataia que fica há uns trinta quilometros daquí.